PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS (PFAS) SÃO ENCONTRADOS EM GARRAFAS DE ÁGUA NOS EUA

Um grupo de produtos químicos tem se difundido em todo o país pelos sistemas públicos de água e no abastecimento de garrafas de água nos EUA.

Substâncias per e polifluoroalquílicas (PFAS) são compostos fabricados pelo homem e que foram encontrados na água em função de seu uso em produtos industriais e espumas de combate a incêndios. Eles são notoriamente difíceis de remover durante o processo de tratamento da água e seu consumo tem sido associado a efeitos perversos sobre a saúde. No entanto, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) não emitiu nenhum limite rigoroso em relação a quantidade de PFAS que a água potável pode conter.

 “A International Bottled Water Association desafiou o método de teste usado pela Consumer Reports, argumentando que não é possível detectar com precisão e confiabilidade a quantidade de PFAS nas garrafas de água”, relatou Today. “O grupo comercial também afirmou que as águas com níveis de PFAS acima de 1 ppt representavam um risco para a saúde humana e não se baseava em dados científicos sólidos”.

PFAS no Brasil

Segundo Willem Takiya, Engenheiro Ambiental, os PFAS estão basicamente regulamentados na América do Norte, Europa e na Austrália. Na ausência de padrões de valores no Brasil, o estado de São Paulo adota valores da legislação americana, e percebe-se que dentro de 4mil compostos apenas alguns estão regulamentados, por isso, é algo que ainda será muito discutido.

“No Brasil não temos legislação para isso, porém a Cetesb participa do Plano de Monitoramento Global dos países da América Latina e avançou para incluir os PFAs nesse programa de monitoramento. A água do rio Amazonas foi amostrada em 2017, demonstrando concentrações próximas aos limites de quantificação. A CETESB também está validando os métodos de determinação de PFAS em seu laboratório. Recentemente vem também coletando amostras em uma bacia de São Paulo, mas ainda não se tem acesso ao estudo e aos resultados. ” 

Legislação pertinente à água mineral no Brasil

A exploração de água mineral no Brasil é regulamentada pelo Departamento Nacional da Produção Mineral e controlada pelo Ministério de Minas e Energia. Já o dever de zelar pelo controle da qualidade cabe ao Ministério da Saúde. Em sua análise microbiológica, a água mineral no Brasil deve incluir contagem de coliformes totais, enterococos, Pseudomonas aeruginosa, clostrídios sulfito redutores ou Clostridium perfringens e coliformes termotolerantes ou Escherichia coli.

É necessário estabelecer parâmetros, sejam eles físicos, químicos ou microbiológicos, para que o consumidor final não tenha sua saúde prejudicada. E com essa finalidade foram criadas as leis para que os parâmetros de qualidade da água de consumo fossem estabelecidos.

Estudos em águas engarrafadas no Brasil

Com base na legislação vigente, estudos já identificaram amostras de águas engarrafadas fora dos parâmetros apontados nos rótulos em análises laboratoriais.

Na cidade de Vitória de Santo Antão – PE, um estudo feito por alunos da Instituto Federal do Pernambuco, levantou as 4 principais marcas de garrafas de água comercializadas na cidade, a partir de 500 ml disponíveis para venda. Das marcas avaliadas, apenas 2 marcas forneceram um maior número de informações relevantes. Para um consumidor que tenha problemas relacionado ao cloro livre ou ao teor de nitrito, por exemplo, o consumo dessas marcas poderiam ser uma fonte de risco, pois nenhuma das avaliadas informaram esses dados. Verificou-se que nenhuma das marcas avaliadas apresentavam nos rótulos informações sobre os teores percentuais de cloro livre e nitrito.

Em outro estudo os parâmetros físico-químicos estavam dentro dos padrões da legislação, porém os rótulos dos produtos mostraram significativa diferença quando comparados aos resultados laboratoriais das amostras.

No município de Sete Lagoas – MG, também foi analisado características físico-químicas, microbiológicas e as informações de rotulagem em amostras de água mineral de 20 litros que estavam sendo comercializadas no município. Foram analisadas em triplicata 18 amostras diferentes. Verificou-se que oito amostras se apresentaram impróprias para   consumo, sendo que, sete apresentaram contaminação por Enterococcus sp. e três por P. aeruginosa. Para a maioria das amostras os valores encontrados para os minerais analisados variaram bastante quando comparados com o declarado no rótulo.

Em água da torneira, estudos de 2018 e 2019 identificaram a presença de coliformes totais e Balantidium coli. Por essa razão, é importante a contínua fiscalização e também o monitoramento desses parâmetros que atestam a qualidade das águas que chegam aos consumidores.

Fonte: www.tratamentodeagua.com.br

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